Fim dos cookies

Fim dos Cookies: impacto e alternativas para o seu negócio

Fim dos Cookies: impacto e alternativas para o seu negócio

Por Victor Gabry

Fim dos cookies

A sensação de que o Google está te vigiando é constante, mas a realidade é um pouco menos complicada. A verdade é que todo o seu comportamento digital é vigiado e armazenado pelos cookies – os mesmos que você habilita ou não ao entrar em alguns sites. Com o fim dos cookies decretado pelo Google em 2020, entenda o impacto dessa decisão no seu negócio e como se adiantar às mudanças.

O que são cookies

Cookies são programas coletores de dados de navegação. O Google os classifica como “pequenos arquivos que são salvos no computador das pessoas para ajudar a armazenar as preferências e outras informações usadas nas páginas da Web que elas visitam”. Eles são os responsáveis pelo principal ativo dos negócios inseridos na rede hoje: dados.

Todo o propósito dos cookies é gerar dados sobre a experiência do usuário. A máxima “dados são o novo petróleo” se encaixa aí, e o Google e outros desenvolvedores descobriram meios de extrair essa riqueza. Os dados fornecidos pelos cookies abastecem diversos serviços da empresa: desde o Google Analytics, que provê insights de desempenho dos sites de parceiros, até estratégias de remarketing, onde peças publicitárias podem ser feitas para públicos segmentadíssimos.

Tipos de cookies disponíveis

Como programas de armazenamento, os cookies são divididos em três categorias, de acordo com quem os criou e a que fim servem. São eles os cookies first-party, second-party e third-party. Desses, apenas os últimos serão banidos do Google: e você vai entender o porquê dessa decisão mudar a maneira como se fazem negócios na rede.

First-party cookies

Cookies first-party são aqueles de sites que têm relação direta com o cliente. Nesses, como por exemplo sites de compras ou sites de seguros de saúde, informações de login, idade, CPF e data de nascimento são salvos para agilizar o acesso. De fato, muitas pessoas ficariam perdidas se as senhas salvas em navegadores sumissem do ar.

Second-party

Os second-party cookies estão muito próximos dos first-party por se referirem a empresas parceiras do primeiro. Seria o exemplo de uma empresa de cartão de crédito compartilhar os hábitos de consumo de jovens homens de 20-30 anos com um e-commerce. Aqui há muito respeito pelos dados anônimos, em respeito à LGPD.

Third-party

Já os third-party cookies são aqueles de empresas terceiras que lucram com a distribuição de informação. Escândalos com os abusos de empresas como essa estão bem exemplificados no caso Cambridge Analytica e no documentário Privacidade Hackeada. De fato, essas situações foram um dos motivos para o decreto de fim dos cookies.

Porque o Google vai acabar com os cookies?

O fim dos cookies segue na esteira de várias medidas que buscam defender a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados. A ideia é aumentar a privacidade e a autonomia das pessoas de controlarem quem tem acesso aos dados produzidos por elas. Assim como só o portador de um CPF pode autorizar a sua divulgação, as novas medidas visam dar o mesmo caráter legal aos dados das pessoas na rede.

LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados surge junto a diversos órgãos internacionais que visam regular o fluxo de dados online e lhes dar um caráter mais “legal”. Os incidentes do Cambridge Analytica foram grande inspiração para esse movimento. Hoje já se fala em “direito digital”, algo que empresas que queiram prosperar em rede precisam levar em consideração a todo tempo.

Impactos nos negócios

E com isso surge toda uma gama de profissões – desde um aumento na procura por desenvolvedores até profissionais do direito especializados na LGPD. O fim desses dados – previsto para a partir de 2023 – leva a reformulação de muitos modelos de negócio que se baseiam em campanhas publicitárias altamente segmentadas. A partir disso, empresas precisaram gerar os próprios dados e ser mais transparente na administração dos mesmos.

Estratégias alternativas aos cookies

No entanto, o fim dos cookies não significa o fim do marketing digital. De fato, ainda há muitas estratégias que podem servir a fim de aumentar engajamento, volume de compras, e otimizar KPI’s como ROI, CAC, dentre outros. Separamos algumas das tendências tecnológicas para estratégias de marketing digital que podem ganhar atenção renovada com a mudança:

Flocs

Os Federated Learning of Cohorts, ou aprendizado de coortes federalizado, é a alternativa mais próxima aos cookies. Eles ainda permitem a segmentação de certos dados para campanhas publicitárias online, mas diferente dos cookies, você não tem acesso aos dados.

Turtledove

Semelhante aos Flocs, as Turtledoves são API’s que alocam o usuário em um grupo com base em uma série de comportamentos, e depois te oferece diferentes grupos para quem enviar sua publicidade. Isso garante o anonimato e certo grau de segmentação.

Redes sociais

Com o crescimento de redes sociais fora da empresa de Mark Zuckerberg, novas estratégias ganham fôlego para conseguir seguidores e veicular anúncios. Com diferentes algoritmos na rede, vale a pena explorar como cada uma das redes se comporta e saber o que entregar em cada uma delas para construir o seu público.

Inbound Marketing

O marketing de conteúdo continuará existindo e talvez ganhe energia redobrada em cenário de fake News e desinformação. Conhecimento de qualidade passa a ter um valor mercadológico cada vez maior na infodemia que as redes oferecem. Ser uma empresa com conteúdo de qualidade é um diferencial – que pode levar a conversão.

Eventos digitais

Ainda falando sobre conteúdo de qualidade, eventos digitais ganham cada vez mais adeptos e formatos. Permitindo alcances amplos e trazendo sempre certo grau de autoridade, os eventos digitais são excelentes para consolidação de marca e ações pontuais de publicidade.

Conclusão: se adiante ao fim dos cookies

Não é necessário esperar que a mudança venha para reagir. Embora o fim dos cookies vá afetar a maneira de se fazer publicidade na internet, existem diversas alternativas a eles – que são, inclusive, mais respeitosas aos direitos do consumidor e a LGPD. Saber como usá-las é uma vantagem competitiva, assim como saber as regras de um jogo antes de jogá-lo.

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